Monday, April 18, 2005

Fúria

Já não vinha a este blog há um tempito. Também não tenho muitos motivos para o fazer. Mas preciso de falar ou melhor de escrveer, de vomitar este asco que me revolve por dentro. Sinto falta de pura e simplesmente gritar o que sinto, por pura e simplesmente o sentir. Sinto fúria porque vejo que entrei no jogo da sociedade, e que eu tenho de respeitar as frias regras lógicas da convivência. Um mal entendido, e logo de seguida um mundo inteiro para mo cobrar. Paranóia minha, pode ser. Mas é este o mundo aos meus olhos. Não sei o que os outros vêem, isto sei, é a realidade vista e condicionada por mim. E que vejo eu? Não sei. Acho-me condicionado, preso, entre a espada e a parede. Espada de quem? Parede de onde? Não sei. Não sei de onde vem esta fúria cega, contra todos e ninguém. Como se a ignorância maciça tivesse caído dos céus e baptizado todas as gentes que conheço. Como posso estar a mais se são os outros que o estão? Como posso saber o que quero, se mais ninguém quer como eu? Como posso ser eu, se mais ninguém o quer ser comigo? Como posso viver em sociedade quando na realidade estou sozinho... Não sei. A verdade é que não sei. Mas muito provavelmente este sentimento de revolta permanecerá em mim. Este insurgimento contra mim e contra todos, continuará... a corroer-me até aos píncaros da loucura, não me deixando contudo atingi-la. É a minha vida. Minha raiva por direito.